
Mostra Festival do Filme Etnográfico do Pará
O Festival do Filme Etnográfico do Pará é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Antropologia Visual Visagem (PPGSA/UFPA), e tem por objetivo difundir, fomentar e premiar produções audiovisuais que apresentem qualidade técnica reconhecida na área, além de promover o diálogo entre produtores, cineastas, pesquisadores e público em geral. Nosso festival acontecerá em Belém entre os dias 16 e 21 de novembro de 2021
https://festivaldopara.com.br/2021/
Os Castro vêm tocar
Direção: Luciana Carvalho
Duração: 34’
Brasil, 2019.

Sinopse: Festas de santo, em geral, são celebrações bastante comuns na Amazônia, que mobilizam emoções, tradições e trocas rituais de alto valor para seus participantes. Em Almeirim/PA, tais experiências são propiciadas anualmente, de 20 a 30 de junho, pela centenária festa de São Benedito, também chamada festa do gambá, em alusão à musicalidade que nela ressoa. O gambá, expressão mista de música e dança, se baseia no toque ritualístico de três tambores feitos de madeira e pele de animal, acompanhados por outros instrumentos de percussão como raspadores e milheiros. “Os Castros vêm tocar” apresenta a festividade, seu ciclo ritual, o toque e a dança do gambá que há, pelo menos, quatro gerações são transmitidos e preservados por uma família negra oriunda do rio Paru. Com apoio de amigos e parentes, os Castro mantêm o grupo de foliões e dançarinos responsáveis pela execução dos ritos orais e musicais da festa de São Benedito em Almeirim.
As Palavras Encantadas dos Hupd’äh da Amazônia
Direção: Mina Rad
Duração: 52’
Brasil e França, 2020.
Sinopse: “Humanidade é natureza” é o que os Hupd’äh pensam. Na cosmologia desse povo, uma das duzentas e dez etnias do Brasil, não há separação entre a natureza mineral, vegetal, animal e humana. A música e a palavra têm um poder transformador, muitas vezes incompreensível para nós. O filme foi produzido a partir do acervo etnográfico do antropólogo Renato Athias, com textos, filmagens, fotografias e músicas coletadas na década de 1980, atualmente digitalizadas no Arquivo Linguístico dos Povos Indígenas da América Latina (AILLA) da Universidade do Texas. O filme dá voz aos chefes de clãns Hupd’äh: Bihit, Casimiro e Mehtiw (in Memoriam). O filme oferece novas maneiras de refletir sobre a relação entre humanos e não humanos.
Quem passou primeiro foi São Benedito
Direção: Pablo Monteiro
Duração: 14’
Brasil, 2017.

Sinopse: “Quem passou primeiro foi São benedito” é um curta-documental que retrata a história de Maria Luiza, coureira e mãe de santo através da trajetória sobre seus laços religiosos no Tambor de Crioula e no Tambor de Mina. Com 78 anos (2017), quase todos dedicados à encantaria e a Punga, Dona Maria tece narrativas sobre suas experiências religiosas que se alargam em toda a sua história de vida, perpassam seus movimentos cotidianos, produz afetos e é um constante retorno à sua ancestralidade e trajetória familiar. A biografia contida em suas falas e corporalidades revela também sua relação com a comunidade onde reside, no bairro do Anjo da Guarda, área de grande concentração de migrantes oriundos da Baixada Maranhense, região de aquilombamento , local de resistência e disseminação das manifestações afro-maranhenses. A trajetória de Maria Luiza vai de encontro ao entrelaçamento existente entre o Tambor de crioula e o Tambor de mina, a estreita relação possível entre cultura e religião afro-brasileira no Maranhão e como essas trocas se perpetuam em múltiplas formas, narrativas e histórias, representando assim, a diversidade da herança cultural negra no Estado.
Florações Jurema
Direção: Nayra Albuquerque
Duração: 40’
Brasil, 2018.

Sinopse: Por meio das doutrinas cantadas por dona Filomena, mãe de santo da casa de terreiro Oxóssi cabocla Jurema, o filme Florações Jurema traça caminhos narrativos cuja oralidade, o afeto e a não-linearidade da memória são os guias fílmicos, e o encontro entre cineasta, Cabocla Jurema, planta sagrada, mãe de santo, ancestralidade e resistência são o registro do acontecimento ainda atual da mesma resistência ancestral afroindígena.
Grande Ceia Quilombola
Direção: Ana Stela Cunha & Rodrigo Sena
Duração: 52’
Brasil, 2017.

Sinopse: O filme retrata o Quilombo de Damásio, que tem se valido há séculos de uma estrutura social em que se privilegia o trabalho coletivo para a extração e o cultivo de alimentos.